4:42hs
O bebê engatinha em direção ao rabo do cachorro, que olha desconfiado.
Sentado ao computador (ou à mesa dele hehehe) penso o quanto estou agradecido ao mundo pela Vida.
Há uma paz de primavera em minha casa.
Minha esposa dorme silenciosa em posição fetal.
Devo tudo a ela. Ela deve tudo a mim.
Devemos tudo ao cachorro, ao bebê e à Vida.
Nosso ecossistema está completo.
Raul (o Bebê) veio oxigenar as plantas, fermentar o pão, espalhar amor na corrente sanguínea.
Quando ele estava na barriga da mãe, sabia que iria amá-lo, mas não imaginava que esse amor fosse uma cachoeira, um jorro, uma explosão.
Meu peito se abre e eu o acolho. O envolvo com uma energia azulada.
Tem tanto de mim nele, tanto de mãe e ele é uma pessoa completamente diferente de nós.
Como não crer em Deus ao vê-lo descobrir o mundo, desenvolver habilidades simples de um ser humano tais como: andar, segurar um objeto, falar...?
Não creio no Deus das Igrejas, mas nesse Deus de mim que faz meu peito inchar de alegria e amor. Tanto amor não sou eu, é mais do que sou, é além. É Deus.
Olhar meu filho brincando com seus quadrados coloridos é estar em comunhão com Deus.
Escrever esse texto de madrugada é uma prece. Uma prece de louvor e agradecimento. A Deus, á Vida.
Meu filho, Raul.
EDNALDO TORRES FELÍCIO
4:51hs
29/12/2010
P.S.: Como de bobo meu cachorro não tem nada, fugiu antes que o bebê alcançasse-lhe o rabo.
;-)