27/07/2006

DEDOS BRINCAM

Dedos brincam
entre as pernas
entre as pernas
entreabertas
Dedos finos de boneca
passeando entre as pernas
Fecha os olhos pensa longe
brinca o corpo sem pecado
Dedos finos entre as pernas
Imaginando o namorado
Abre as pernas
Sente o corpo
pelos dedos deslizados
mente longe
nem percebe
os gemidos abafados
Brincam dedos
pelas dobras
e reentrâncias da vagina
brincam dedos como cobras
e o gozo se aproxima
Sua pele está tremendo
Sua pele feminina
vem o gozo tal qual prece
Uma prece tão divina!

O momento se prolonga,,,
Dura o tempo de uma vida,,,
Mas se esvai devagarinho
Pela carne entorpecida..

Pouco a pouco
Vem voltando
O ar
...
O fôlego
...
A lucidez
...
E ela se recuperando
De bem
que ela se fez.

Nua em sua cama

MULHER
MULHER
MULHER



EDNALDO TORRES FELÍCIO
(PARA ALGUÉM QUE QUERO BEM) 17/11/05 03:00HS

16/07/2006

POEMA PARA EDNA

“Agarrar-me
à última onda,
à última brisa
Agarrar-me como um náufrago.
Espalhar-me
como o objeto agarrado.
Agarrar-me como um louco
imerso no cais
imerso na névoa
imerso na paz"
EDNALDO TORRES FELÍCIO
17/07/06

11/07/2006

Tatuagem

Música especial, num momento especial da minha vida.
;-)



Tatuagem
Chico Buarque

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem pra seguir viagem
Quando a noite vem

E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega, mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina, salta e te ilumina
Quando a noite vem

E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas mas no fundo gostas
Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sente

10/07/2006

INTERNÉTICO AMOR (MINEIRA DA BAHIA)

Esse é delicioso! Bites de tesão pelas madrugadas frias...

INTERNÉTICO AMOR (ou mineira da Bahia)

procurando estrelinhas nas entrelinhas,
tem sido assim nosso sexo na internet...
bites de letras sensuais...
um teclado umidecendo teu ser...
e as constelações descritas noite adento,
enquanto conheço teu corpo virtualmente,

noite afora...

03/07/2006

MORTE

Que não me beija,
que não me deixa,
dá passo em falso
me ignora.

Passa ao lado.
Rejeita.
Espreita
meu medo
pra deixar-me no escuro.

Não me ausenta
da existência
Foge em desalinho
do nó da força
oca no espaço

Desembaraço e tormenta,
marrenta.

Não arrebenta minha cara com tiro
travado
Não envenena meu sangue com remédios
tomados

Me deixa de pulsos cortados,
mas não me leva,
não me guia,
não me cega.

A Morte faz-me
fantasma de mim mesmo.


EDNALDO TORRES FELÍCIO
04/07/2006 00:12

EU POEMA

Certa vez, numa entrevista de emprego, pediram que a gente se vendesse aos entrevistadores coo se fossemos produto. Fiquei puto e escrevi o poema abaixo. Claro que não consegui o emprego (hehehehe), mas tenho muito orgulho de minha coragem.

EUPOEMA

Sou um poema.
Prospecto corações,
ouvidos que me escutem
e olhos que leiam.

Não sou um poema concreto,
Sou um poema inquieto.
Cubista e otimista.
Paulista, modernista.
Expressionista,
Dadaísta.

Me componho há trinta e um anos...
Me reescrevo todo o dia,
Apreendo as lições da vida
Faço delas minha alquimia.

Já vendi ventiladores
Já vendi whisky, vinhos finos, champagne francesa.
Hoje vendo tripas,
Para as lingüiças que comes em tua mesa.

Gerencio gente, não máquinas
É mais fácil obter resultados com gente
do que com máquinas
Gente sonha. Gente comemora resultados. Gente sorri.

Não estou à venda.
Vender-me significaria entregar-lhes minha alma
em uma bandeja
Tal qual João Batista entregue a Salomé.

Não estou à venda,
Ofereço-lhes sim,
Minha força de trabalho,
Meu comprometimento.

Minha criatividade,
Foco em resultados, planejamento,
Administração de conflitos
e constante crescimento.

Ofereço a gana de um Poema
Que não acredita em sonhos sem trabalho
Em sucesso sem luta
Em conquistas sem foco.

Um Poema que deixou resultados
Por onde passou.
Por onde foi recitado.
Por onde atuou.

Na lida
Vive o Poema quando é lido,
No trabalho se compõe um Homem
Quando lida.
Com ética, sonhos e resultados
Tornei-me Poema,
Tornei-me Vida.

Resta-me agora,
Após ser ouvido,
Saber se somos interessantes um para o outro,
Para que façamos parte
do mesmo livro.

EDNALDO TORRES FELÍCIO
11.04.2006