03/07/2006

MORTE

Que não me beija,
que não me deixa,
dá passo em falso
me ignora.

Passa ao lado.
Rejeita.
Espreita
meu medo
pra deixar-me no escuro.

Não me ausenta
da existência
Foge em desalinho
do nó da força
oca no espaço

Desembaraço e tormenta,
marrenta.

Não arrebenta minha cara com tiro
travado
Não envenena meu sangue com remédios
tomados

Me deixa de pulsos cortados,
mas não me leva,
não me guia,
não me cega.

A Morte faz-me
fantasma de mim mesmo.


EDNALDO TORRES FELÍCIO
04/07/2006 00:12

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