27/06/2006

POESA FEITA PRA MIM

Um amigo do HD (Hospital Dia), onde estou internado, fez essa poesia/rap pra mim. Uma honra.

Ednaldo

A noite é terrível e o fim de semana,
Fico muito triste, coisa ruim que emana,
Tento emergir, mas a vida me engana,
Louco, normal, minha vida não é plana,

Cadê meus amigos? Porque me escondi?
Queria entender, dizer: estou aqui!
Uma simples volta, dar um giro por ai,
Tenho que voltar, não posso desistir,

A sombra, o mal, que porra de vida,
Se eu desistir, aumenta a ferida,
Fugir eu não vou, preciso dar partida,
Voltar para mim, procurar minha querida,

De que adianta essa minha consciência,
De longe eu percebo, a minha impaciência,
Bom ter meu amor, alguém de decência,
Que quer a minha volta, não pede obediência,

Me escondo no vazio, me sinto numa ilha,
Não estou sozinho, mas me sinto uma pilha,
Pronto pra explodir, como numa armadilha,
Que bom, grande razão, eu tenho uma filha,

Razão, emoção, vão pra puta que paril,
Tomar um lexotan ou o tal rivotril,
Faço até musica, não vivo num canil,
Sou forte, sou homem, sou muito viril,

Eu sei e acredito, o tempo vai dizer,
Estou desistindo da idéia de morrer,
Todos sabem disso, eu só preciso querer,
Tratar, me curar, isso vai acontecer.

Sou culto, inteligente, alegre e revoltado,
Mas isso faz parte, do homem Ednaldo,
Pode pensar, que pareço com coitado,
To seguindo de volta, ao HD muito obrigado

REJEIÇÃO

Mas afinal o que é ser rejeitado? Não fazer mais parte da vida de alguém, sentir-se uma foto amarelada num fundo de armário, ou nem isso, ser nada na vida de quem já foi seu tudo.
Hoje foi um ponto final. Um ponto final de um livro pesado e cansativo.
Ok, você não está entendendo, mas talvez não haja o que entender.
Nem valha a pena esse post, nem valha a pena essa dor, ou esse medo ou esse vazio, ou esse ponto. Final.

20/06/2006

depressão

Esta poesia foi escrita há um ano, num dos dias em que não consegui sair de casa.




DEPRESSÃO


O sol está do lado de fora da janela,
Fernando de Noronha está na capa do meu caderno
e eu não consigo sair de casa.

Sou um canário que não canta
e não sai à liberdade,
embora esteja aberta a porta da gaiola.

Prisioneiro de mim mesmo
Carcereiro e detento
O sol lá fora,
minha prisão aqui dentro...

...da minha alma.




EDNALDO TORRES FELÍCIO
OUTUBRO 2005

12/06/2006

Atualizando minha vida pros amigos (internação no HD)

São duas e meia da matina. O remédio tem me deixado insone.
No dia 15, vai fazer um mês que estou internado numa clínica para depressivos.
Faz um ano aproximadamente que estou com depressão. A doença foi filha da puta comigo e me travou dentro da minha própria casa, me judiou até que eu tentasse fazer bobagem (se é que vocês me entendem). Um ano... Mas agora, me convenci que preciso de tratamento e estou me cuidando.
A clínica é ótima e as pessoas que estão internadas comigo são fantásticas!
Tenho feito amigos (fazia tempo que não aumentava minha lista de amigos reais) e voltei a ir ao cinema e à locadora de vídeo, paixões que abandonei nos últimos meses.
Tenho medo de comemorar meus avanços, tive algumas recaídas doloridas, mas estou tentando viver.
Tenho pessoas que me amam e me encorajam na caminhada e, se você estiver lendo isso, você é uma delas.
Vou ficar bom em breve, voltar a pegar as rédeas de minha vida, planejar o futuro e aproveitar o presente.
A internação na clínica é no sistema de Hospital Dia, ou seja, fico lá da 9:00hs até às 16:00hs e posso dormir em casa. Lá fazemos oficinas (marcenaria, Terapia Ocupacional), terapia em grupo e uma série de atividades que fazem com que nos sintamos bem.
Não é legal nem cômodo passar os dias numa clínica, mas se não fosse assim, com certeza não teria sequer saído da minha casa, fato que vinha ocorrento com triste freqüencia.
Vou ficar bem em breve. Se não respondo aos seus e-mails, telefonemas, scraps no orkut, me perdoe. Estou tentando reencontrar a minha própria alegria, como disse, faz um ano que vendo sendo triste e chato. Quando eu telefonar pra você ou retornar seus recados será um sinal de que estarei um passo a mais na luta contra a doença.
Abraços pra você que leu até aqui.
Volte quando quiser, o blog é seu.

EDNALDO

11/06/2006

perguntas

PUBLICAREI?

SEREI LIDO?

ABRIREI MINHAS ENTRANHAS AOS ESTRANHOS?


Que o tempo responda essas questões.