27/03/2011

O CHEIRO DO RALO

UM DOS MELHORES FILMES NACIONAIS QUE JÁ VI!

Há um desconforto após o filme. O quanto dele tem em nós. O quanto somos ele?

"O Cheiro do ralo" é um soco no estômago. Uma ode ao capitalismo e a falta de... (caráter? ética?) existente em nome de mais e mais grana, ou mais poder.

Numa São Paulo velha e decadente, o ralo expõe merda que somos. O ralo é o bafo do demônio e o demônio é nossa sede de poder sobre o outro.

Mas ora bolas, se nós vivemos o mundo capitalista, se participamos jogar o jogo, se nos vendemos escravos por migalhas de pão, então somos responsáveis por todo o cheiro de merda desse esgoto moral que vivemos?

Triste mundo que estamos montando e deixando para nossos filhos. Tristes sonhos, tristes ralos. Tristes somos.

P.S.: A cada dia que passa, me pergunto se ainda há espaço para poesia nessa merda toda.

16/03/2011

ÁGORA (filmaço!)




Entrou para minha lista dos 10 melhores.

Me emocionou, me fez pensar. Me incomodou.

E como qualquer obra de arte, não me deixou dormir.

"Ágora", de Alejandro Amenábar ("Os Outros", "Mar Adentro") apareceu na minha tela num tópico perdido em uma comunidade do perdido Orkut.

Grata surpresa!

O filme é um grito (ou um minuto de silêncio?) contra a intolerância religiosa e um convite à reflexão que me lembrou Lennon em Imagine "Nada pelo que matar ou morrer E nenhuma religião também".

"Ágora" conta a História (com H maiúsculo) de duas grandes maldades cometidas em nome da fé. A primeira é a destruição da Biblioteca de Alexandria, a segunda você verá no filme.

Como seria bom se entendêssemos que não existe certo nem errado e que pudéssemos aceitar as verdades e credos alheios.Mas o credo alheio é tão absurdo a nós, quando o nosso credo é absurdo ao olhar do outro...

Talvez você entenda melhor  o que me motivou a escrever esse post se vir o filme.

Alugue. Baixe.

Tenho certeza de que no final, você o recomendará aos amigos, como faço agora.

Gonzaguinha - Ponto de Interrogação, Grito de Alerta, Explode Coração......

06/03/2011

QUAL É A TUA GAGUEIRA? - O DISCURSO DO REI

 


Assisti ao ótimo O DISCURSO DO REI.

Belo filme, que humaniza a figura do Rei (George VI, no caso, mas poderia ser qualquer um), escancarando seus medos, seus receios e suas dúvidas.

Você já deve ter visto a sinopse do filme: um Rei que chega ao poder, mas que gagueja. E é ajudado por um médico nada convencional. 

Como acontece quando a gente tem contato com algo bom, o filme me pôs a pensar. 

A gagueira do Rei era a tradução de sua insegurança.

Qual seria minha gagueira? Meu dente torto, que envergonha meu sorriso? Meus quilos a mais, que dificultam a compra de camisas? Minha arrogância que afasta os amigos de mim?

(por coincidência, parei de escrever este texto para ser chamado de soberbo, arrogante e egoísta por minha esposa)

Minha insegurança e minha incapacidade de concluir as coisas são formas de gagueira do dia-dia, rateadas de agir que pausam demasiamente movimentos simples, como terminar uma tarefa iniciada.

Gagueiras da alma.

Nã-Nã-Nã-Não há há há fim p-p-para este p-p-p-post