03/07/2006

EU POEMA

Certa vez, numa entrevista de emprego, pediram que a gente se vendesse aos entrevistadores coo se fossemos produto. Fiquei puto e escrevi o poema abaixo. Claro que não consegui o emprego (hehehehe), mas tenho muito orgulho de minha coragem.

EUPOEMA

Sou um poema.
Prospecto corações,
ouvidos que me escutem
e olhos que leiam.

Não sou um poema concreto,
Sou um poema inquieto.
Cubista e otimista.
Paulista, modernista.
Expressionista,
Dadaísta.

Me componho há trinta e um anos...
Me reescrevo todo o dia,
Apreendo as lições da vida
Faço delas minha alquimia.

Já vendi ventiladores
Já vendi whisky, vinhos finos, champagne francesa.
Hoje vendo tripas,
Para as lingüiças que comes em tua mesa.

Gerencio gente, não máquinas
É mais fácil obter resultados com gente
do que com máquinas
Gente sonha. Gente comemora resultados. Gente sorri.

Não estou à venda.
Vender-me significaria entregar-lhes minha alma
em uma bandeja
Tal qual João Batista entregue a Salomé.

Não estou à venda,
Ofereço-lhes sim,
Minha força de trabalho,
Meu comprometimento.

Minha criatividade,
Foco em resultados, planejamento,
Administração de conflitos
e constante crescimento.

Ofereço a gana de um Poema
Que não acredita em sonhos sem trabalho
Em sucesso sem luta
Em conquistas sem foco.

Um Poema que deixou resultados
Por onde passou.
Por onde foi recitado.
Por onde atuou.

Na lida
Vive o Poema quando é lido,
No trabalho se compõe um Homem
Quando lida.
Com ética, sonhos e resultados
Tornei-me Poema,
Tornei-me Vida.

Resta-me agora,
Após ser ouvido,
Saber se somos interessantes um para o outro,
Para que façamos parte
do mesmo livro.

EDNALDO TORRES FELÍCIO
11.04.2006

2 comentários:

BLOGDOED disse...

Perderam um grande funcionário, meu amigo.

Lorenzo

Profª Gizelle disse...

se empresa fosse minha eu te dava o emprego, hehe. beijos