14/06/2007

Relatos da madruga

Relatos da madrugada

São tres, quatro da manhã? O que importa!

Minha alma está deitada dentro do meu corpo, acanhada e preguiçosa.
O apartamento todo dorme. Dorme no escuro. A única luz é a da tela. Minh´alma também está escura.

Engraçado não é ter medo do escuro, mas ter medo da luz. Engraçado é ter um metro e noventa e se sentir pequeno. Engraçado é ser vertical, andar vertical e se sentir deitado.

Quais as origens de minhas dores? Se tudo é equilíbrio por que me sinto numa corda bamba sem rede de proteção?

Quanto tempo até afastar outro amor de mim? Quanto tempo até afastar todos e lamentar a solidão? Nem meu cão me suporta. Nem meu espírito me suporta.

Tres ou quatro da matina? Quem se importa! Dorme a Rua Augusta das putas tristes, dorme Sampa dos homens tristes e eu insone nem triste nem feliz - indiferente.

"Reza, reza o rio, córrego pro rio, rio pro mar."
Caetano

Sabe, ainda vou estar em paz comigo mesmo, como já estive um dia (sim, sei que isso existe e é possível) pra escutar o prazer da água correndo pro mar, pelas pedras do rio...

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