Há sol lá fora
há crianças brincando
há trabalho a ser feito
há vida transbordando do sol;
Há vento lá fora
cabelos negros esvoaçando
saias insistindo
em mostrar o que deveriam esconder;
Há cheiro de fumaça
de ônibus lotado de gente
de gente lotada de vida
de vida repleta de esperança;
Há cães fiéis aos seus donos
há donos fiéis aos seus cães
gatos sobre telhados
armando o bote nos passarinhos;
Há Igrejas enormes e vazias
há prisões pequenas e lotadas
há malandro espreitando ingênuos
há ingênuos perdidos em devaneios
Na penumbra de meu quarto escuro
tudo ouço
tudo sinto
mas não participo
Me furto de haver.
EDNALDO TORRES FELICIO
6 comentários:
bacana...
http://500x100.blogspot.com/
Lindo demais o poema. Tem sentimento. Emoção. Alma.
Há uma vivencia apenas sonhada...
http://o-morango.blogspot.com/
Bonito
Há de haver um modo de transformar esse verbo.
Gostei muito, Ednaldo, poema de ótima qualidade! Como sou professora, penso até em usá-lo em sala de aula! Beijos e sucesso!
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