29/04/2007

MONSTRO

Que espécie de monstro sou eu?
Um covarde. Deveria acabar logo comigo. Me enfiar no grande breu da morte e poupar os que amo do que eu sou.
Não tenho esperanças em relação a mim.
Não tenho não tenho e não tenho.
Não melhoro. Não aprendo, não apreendo.
Quando desperto e sou realmente o que sou fico na mais completa solidão e culpa.
Perdi meus sonhos. Perdi meu caminho.
O que eu quero pra mim daqui a tres anos? Não sei...
Não sei mais o que quero pra mim nem na próxima segunda feira!
Acordo, trabalho, me exponho e não tenho objetivo.
Carrego a vergonha de ser alimentado por quem eu deveria alimentar. Carrego o peso do fracasso. 32 anos e nenhum acerto. O que construí? O que deixarei?
Passarei meteórico e não deixarei rastros, senão alguns escombros.
Tinta queimada.
Andar sem direção ou esperança de um porto seguro. Andar sem destino.
Ah, como eu queria ser sozinho e não ter chance de magoar ninguém!
Não tenho coragem de me matar nem de continuar vivo.
Alienado, muleque, monstro.
Morto-vivo.

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