08/10/2007

CIVILIDADE

Moro em São Paulo. A maior metrópole do País. Uma das maiores do mundo.
Aqui tem teatro, tem cinema. Grandes restaurantes e botecos deliciosos. Tem Universidades importantes, tem Indústrias, tem escritórios... Tem quase tudo! Menos civilidade.
Não há gentileza nem cordialidade entre as pessoas.
Há pressa. Há cobiça. Há disputa.
Não há humanidade.
As pessoas não têm rostos, nem nomes, nem vizinhos, nem amigos. Têm posse. Têm ânsia por possuir mais. Têm fome de poder, mas não podem sentir fome, pois não há tempo. (comam sanduiches, Colonizados!)
O Rolex passa do pulso do apresentador para o poço do crime. Há pressa para chegar ao trabalho, há cobiça por mais glória, há disputa por mais ostentação, não há Humanidade no trato entre as pessoas.
O burguês maltrata o periférico cidadão, que inveja o burguês central. Ambos só se encontram no farol. Entre eles um rolex... e uma arma. Entre eles um abismo triste. Não percebem que são faces da mesma moeda esfacelada que virou nosa cidade.
Não há tempo para percepções, há pressa para acumular mais, há cobiça pela conquista alheia, há disputa pelo sonho dourado que o consumismo promete. Não há Humanidade nem Santidade numa São Paulo descrente de si mesma.

"Somos milhões de transatlânticos falidos em pleno mar da tranquilidade"
Zé Ramalho



ednaldo torres felício
09/10/2007

Um comentário:

Rogério disse...

Catástrofes da vida moderna meu caro...
De tanta correria fica faltando a poesia, a alegria de ir na padaria, de conversar com a vizinha, coisas que talvez ainda existam na periferia. Talvez mesmo porque moro por aqui e já enxergo a periferia contaminada.
Somos monstros perdidos em uma selva de pedra!
Quem nos salvará da caverna?

Abrasss!