11/10/2007

Intermitente

Daqui a pouco o dia amanhece.
Não estou sentindo sono.
Acho um saco ter que ir trabalhar amanhã e forjar um riso que não vem de dentro de mim.
Não tenho paciência para falar com ninguém.
Gostaria de me esconder de mim mesmo e nunca mais me achar.
Não há lógica em passar o dia e a noite trancafiado dentro deste apartamento.
Intermitente. É assim que tem sido meu humor. Intermitente. Ao mesmo tempo em que não quero sair da vida, não vejo razões lógicas para continuar nela.
O sol já vai nascer. Ele desafia. Filho da puta, ele desafia a gente a sair de casa. Nessa semana, perdi todos os dias. Só saí quando fui obrigado e ainda assim sai pouco, rápido e ineficiente. Perdi a aposta com o sol. Ele brilhou e eu fiquei no escuro. BEM QUE PODIA ESCURECER E CAIR UMA TEMPESTADE SOBRE A CIDADE!
Estou trocando o dia pela noite. Na noite é mais fácil de se esconder. Tem sombras, tem silêncio, tem morcegos e mendigos sujos. De dia, tem o stress massacrante, gravatas correndo por todo o lado, saltos altos pisando em subalternos, empregados que se jogariam pela janela se não tivessem que pagar contas no final do mês.
O sol já vai nascer. Se ele tocar minha pele, viro cinzas. AI, COMO ISSO SERIA BOM!

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