15/04/2010
O apanhador de sonhos
Acordo quando as pessoas adormecem.
Recolho seus sonhos pela janela e guardo na memória do computador
Quando pesadelos enormes, violentos e escuros surgem,
tomo um trago de Jack Daniel's puro para vivenciá-los com mais força.
Mas os pesadelos são covardes, não resistem a um abrir de olhos
e deixam no máximo, um gosto de ressaca.
Desço a Rua Augusta
recolhendo os sonhos dos perdidos:
poetas frustrados, meninas que vendem beijo
homens que choram na cama e velhos com medo da morte.
Recolho sonhos retalhados na calçada.
Vomito todos eles aqui
nessa página virtual,
neste umbral de mim mesmo
onde exponho meu cérebro à dissecação pública.
Sonhos alheios, pesadelos de mim.
EDNALDO TORRES FELICIO
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2 comentários:
vc comentou sobre esse e vim ver...
fodástico! dá pra imaginar vc descendo a Augusta.
somos notívagos mesmo, né? pessoas como nós costumam pensar muito. e pensar muito dá uma certa melancolia...
amanhã leio o restante. adoro o seu blog!
beijoss!
Amigo, és um poeta completo. Adorei. Bjs e parabéns pelo blog.
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